O Memorial

Fundada em 2006, e com sede no Povoado de Barra de Antas, município de Sapé – PB, a ONG MEMORIAL DAS LIGAS CAMPONESAS nasce do empenho de um coletivo formado por Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo, com a efetiva colaboração de agentes pastorais (principalmente da CPT), de militantes de movimentos sociais populares do campo, de professores e estudantes extensionistas ligados à UFPB e de outros profissionais comprometidos com a causa camponesa, tendo como objetivos, entre outros:

  • Preservar a memória histórica das Ligas Camponesas – seus fundadores, seus protagonistas, sua trajetória de lutas, seu legado de combatividade e de esperança.
  • Pesquisar, registrar, socializar e debater percursos biográficos de lideranças das Ligas Camponesas, bem como das lutas e conquistas coletivas, na região.
  • Sensibilizar os Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo, em especial as novas gerações dos Acampamentos e Assentamentos da Reforma Agrária, a partir dos trabalhos de Educação Popular e de Extensão Popular, realizados em dezenas de Assentamentos da região, a começar pelo Acampamento de Barra de Antas, no município de Sape – PB, em vista do efetivo compromisso com a promoção e solidariedade com a causa camponesa.
  • Priorizar o processo de formação contínua dos Trabalhadores e Trabalhadoras, tanto do ponto de vista formal (por ex.: por meio da criação, em Barra de Antas, de uma unidade Escola Família Agrícola) e não-formal, sempre no horizonte da integralidade e da construção de uma nova sociedade, de modo contínuo e alternativo aos valores dominantes.
  • Firmar parcerias com coletivos nordestinos envolvidos com pesquisas e estudos que priorizem saberes e práticas camponesas de convivência com o semiárido;
  • Promover, apoiar e subsidiar as iniciativas de lutas das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Campo, das Águas e das Florestas, em defesa de seus direitos e do respeito à dignidade da Mãe-Terra.

Sobretudo nos últimos anos, a ONG MEMORIAL DAS LIGAS CAMPONESAS vem se empenhando mais diretamente em assegurar as seguintes atividades:

  • A gravação de dezenas de entrevistas com Trabalhadores e Trabalhadoras que participaram ou que conheceram, de algum modo, a trajetória de João Pedro Teixeira e as lutas camponesas das Ligas, na Paraíba. Gravações feitas, em sua quase totalidade, por Irmã Tonny  (Antônia Van Ham), posteriormente convertidas em livro, organizado pela Irmã Tonny e outras pessoas, intitulado Memórias do Povo: João Pedro Teixeira e as Ligas Camponesas da Paraíba – deixem o povo falar. João Pessoa: Ideia, 2005.
  • As comemorações anuais, a cada dia 2 de abril (data do assassinato de sua figura de maior referência – JOÃO PEDRO TEIXEIRA -), oportunidade em que também se faz memória e se presta homenagem, não apenas a João Pedro, como também a outras figuras emblemáticas das Ligas (João Alfredo, Pedro Fazendeiro, Elizabeth Teixeira), bem como a tantos outros lutadores e lutadoras do Povo que contribuíram – não poucos, com sua própria vida! – para a defesa e promoção da causa camponesa, na Paraíba, no Nordeste, no Brasil e no mundo.
  • A luta e conquista (ainda com pendência jurídica) da desapropriação de 7 hectares, no Povoado Barra de Antas, área em que se encontra a casa em que moraram João Pedro Teixeira e Elizabeth Teixeira e seus onze filhos e filhas;
  • A luta e solidariedade aos Trabalhadores e Trabalhadoras do Acampamento de Barra de Antas (próximo à casa em que moraram João Pedro e família), que vivem acampados há 14 longos anos, em função do extremamente moroso processo de desapropriação da área ocupada;
  • Luta pelo tombamento da referida casa de João Pedro e família;
  • Organização e divulgação do acervo sobre as Ligas Camponesas e seus protagonistas;
  • Sequência de passos visando à criação, no local desapropriado, de uma unidade da conhecida proposta “Escola Família Agrícola” (EFA), com a participação ativa do conjunto dos Trabalhadores e Trabalhadoras da região.
  • Esforço de dotar a referida área da necessária infraestrutura, inclusive de acesso ao local;
  • Exercitar o debate contínuo e estimular o intercâmbio com outras organizações camponesas da região e do país, também por meio da internet.

 

6 comentários em “O Memorial”

  1. Parabéns ao grupo que fundou e está atuando na ONG Memorial das ligas camponesas. Esta história não pode ser esquecida. É preciso que a hist´ria de lutas e resistência do povo trabalhador camponês seja divulgada e socializada para que continue sendo legítima e viva a conquista da Terra e da cidadania.

  2. Muito boa a ideia de manter viva a memória das lutas camponesas, sou resultado de uma dessas lutas por terra e escola no município de Rondonópolis MT, na década de 1970, atualmente sou professor com a Geografia no IFMT Campus Rondonópolis, fiz uma pesquisa de mestrado sobre a região e atualmente oriento uma pesquisa de alunos bolsistas PROIC com os camponeses remanescentes dessa região.

  3. Camaradas,

    minhas congratulaçções pela excelente iniciativa.

    Coloco-me à disposição para colaborar e contribuir com este importante trabalho de preservação da memória e de referenciais para à lluta.

    Tenho algumas publicações sobre o assunto, com destaque para a luta pela terra e a violênca no campo no Pará.

    Força e luta!

    Saudações.

  4. Gostaria de receber informações sobre as novas pesquisas sobre as ligas,sou tambem um pesquisador,estou estudando as ligas no Piaui.saudaçoes prof Damiao

  5. Participo de um bom grupo de debates todas as quintas-feiras, no Sintricom, onde o Memorial das Ligas sempre é mencionado, pela sua importância e história. Acessando o site do Memorial, como pessoa de imprensa quero parabenizar pela boa página na internet, sem desprezar as demais ações postas no portal, as quais não me detive.

    Sucesso e parabens pelo trabalho

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